Julia Duarte
04 Apr
04Apr

Por Julia Duarte, jornalista e escritora do livro “A Revolução Silenciosa: descansar” 

Vivemos nossas vidas como um globo de neve. Perdemos tempo, energia, palavras e dinheiro tentando fazer o globo de neve nunca parar. Desta forma, não temos que enxergar a verdade impetuosa dentro de nós”, escreve a escritora Glennon Doyle.

Isso acontece quando você vive sua vida sacudindo o globo para que a neve esteja sempre voando e cobrindo o que está do lado de dentro. Quem olha por fora acredita que tudo é bonito.

Nas redes sociais é hábito viver uma vida de encenações. Ninguém tem fracassos ou dias ruins, porque dor e o desconforto são quase indignos de um bom post.

A beleza da dor

Há aqueles que apreciam a beleza que existe na dor, mas só quem vive de verdade pode ver.

Há aqueles que acham que a dor é uma batata quente. No minuto em que ela aparece o lance é jogá-la para o lado ou em cima de alguém. 

- Existe a possibilidade de jogá-la no exagero com a comida; 

- Na bebida, na esperança de apagar as dores não sentidas; 

- Nos remédios ou drogas, para anestesiar aos sentimentos; 

- Nas compras, na tentativa vã de preencher vazios que os bens materiais jamais serão capazes de suprir.

O caminho de fuga é satisfatório por um tempo, mas não resolve o problema (e pode até criar outros).

Não precisa ser muito esperto para perceber que fingir felicidade, para você e para os outros, é a fórmula mais útil para a infelicidade.

É preciso maturidade para desaprender o processo de sorrir quando sente dor só para dar continuidade ao teatro da vida.

Abandone o personagem e seja autêntico. A dor precisa ser encarada. Ninguém se cura de uma aflição a não ser sofrendo-a.

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