Viviane Taffner
14 Mar
14Mar

Clara era o tipo de pessoa que chegava no trabalho e ia direto para a sua mesa. Não fazia questão de dar bom dia, nem de puxar assunto com os colegas. Não por arrogância, mas porque, no fundo, sentia que ninguém realmente se importava com ela. “Eles falam comigo por educação, mas se pudessem, me ignorariam”, pensava.

Ela desconfiava de tudo e de todos. Quando recebia um elogio, sua mente logo retrucava: “Será que foi sincero? Ou só estão querendo algo em troca?”. Se um colega oferecia ajuda, seu primeiro pensamento era: “Com certeza, depois, vai me cobrar isso de alguma forma.”

Nos momentos de equipe, Clara se sentia deslocada. Observava os outros conversando, rindo, compartilhando ideias. Mas algo dentro dela a impedia de se aproximar. “Eles já têm suas amizades… Eu sou só uma peça substituível aqui.”

A cada erro, um peso maior. Se cometia qualquer erro – por menor que fosse – sua mente se tornava sua maior inimiga: “Sou incompetente… Como ainda não perceberam que eu não sou boa o suficiente para estar aqui?”.A autocrítica era sua companhia constante. Ela via suas falhas com uma lupa, enquanto suas qualidades eram praticamente invisíveis. E mesmo quando conquistava algo, não sentia que merecia. “Foi sorte… Daqui a pouco, vão perceber que não sou tão boa assim.”

Além disso, Clara se sentia invisível. Seus colegas conversavam entre si, mas raramente a incluíam. Seu chefe passava por ela e mal notava sua presença. E, no fundo, o que mais doía era essa sensação de não ser ouvida, não ser amada, não ser valorizada.

Até que um dia… Clara viu uma mensagem em seu e-mail: “Treinamento de Saúde Emocional: Como fortalecer sua autoestima e criar conexões no trabalho”

Ela hesitou. “Isso é besteira… Nada vai mudar.” Mas, por algum motivo, clicou e se inscreveu. E foi ali que percebeu algo que nunca tinha imaginado: o problema não era o mundo ao seu redor. Era o que ela acreditava sobre si mesma.

A partir daquele momento, Clara começou uma nova jornada. Uma jornada de se permitir confiar, de se sentir parte, de reconhecer seu próprio valor porque, no fundo, a maior mudança começa dentro de nós.

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